Silvino Santos nunca se naturalizou brasileiro. Não precisava: embora seus documentos acusassem sua nacionalidade portuguesa, foi em Manaus que Silvino se instalou e viveu boa parte de sua vida, adotando o Norte brasileiro como pátria-mãe. Foi assim que ele se consolidou como a primeira grande expressão do cinema amazonense, exercitando muito mais um olhar de dentro da região do que a visão exótica do estrangeiro comum, como se ele mesmo fizesse parte do povo dessa região.
Depois do reconhecimento em seu auge na década de 1920, Silvino caiu no esquecimento durante muito tempo, vivendo como simples funcionário nos fundos da empresa de J.G. Araújo. Seria apenas em 1969, com a realização do I Festival Norte de Cinema Brasileiro, que seu nome seria redescoberto por agitadores culturais e cinéfilos da época, como Cosme Alves Neto, Joaquim Marinho e Márcio Souza. Até então, como conta Cosme, eles acreditavam estar “inventando o cinema no Amazonas”. A descoberta, por acaso, da obra de Silvino impressionou o grupo. O resultado foi a chance de levar o cineasta aos holofotes uma última vez, para consagrá-lo em uma justa homenagem no encerramento do festival, no antigo Cinema Odeon.
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Como parte da programação em homenagem aos 345 anos de Manaus, o Paço da Liberdade, localizado no Centro Histórico, receberá na próximaquarta-feira, 8, a exposição “Silvino Santos no Putamayo”, que traz uma série de fotografias do luso-brasileiro sobre o massacre de índios na região do Putumayo, localizado na Amazônia Peruana. A abertura será às 19h com a presença de historiadores peruanos e especialistas da área.
A atividade no espaço continua na quarta-feira, 9, às 16h30, com a mesa redonda “Os Massacres do Putumayo”, coordenada pelo escritor amazonense Márcio Souza e pelos pesquisadores peruanos Manuel Cornejo e Percy Vílchez. Às 18h30 haverá a exibição do filme “El Sócio de Dios”, que relata a história de J.C. Arana. A mostra ficará aberta ao público até o final de outubro.
Participe!
O evento visa à articulação entre pesquisa, prática de arquivo de documentos especiais, ensino sobre patrimônio cultural e artes visuais (fotografia, desenho, pintura, instalações e documentários), envolvendo a comunidade de Sobral em cursos de formação neste campo e promovendo mostras e exposições que fazem parte do evento.
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